e-escolas

Para quem ainda não ouviu falar ou ainda não leu, o “e-escolinhas” é (mais) um programa do governo do Sr. José Sócrates que visa a distribuição de computadores “Magalhães” a um preço máximo de 50€ por alunos do 1º ciclo do ensino básico. Para quem não está muito habituado a estes termos, o 1º ciclo do ensino básico corresponde à antiga escola primária (que compreende alunos dos 6 aos 9 anos).

Olhando para o intervalo de idades e para o nível de escolaridade definido para o programa “e-escolinhas” eis que me surge uma questão: Será que alunos que ainda não sabem ler ou escrever, ou alunos que não têm adquiridas as bases de escolaridade essenciais / primárias, necessitam de um computador (mesmo que de um computador de baixo custo se trate)?

Pois bem, o governo de José Sócrates pensa que sim e vai distribuir computadores a um valor máximo de 50€ a crianças de 6 anos que ainda não sabem ler nem escrever. Vai distribuir computadores destes a um preço máximo de 50€ a crianças com 7 anos que aprenderam a ler (com dificuldade), a escrever (com dificuldade) e a fazer contas de somar e de subtrair (mas que não sabem verificar se as mesmas estão bem feitas ou não usando a prova real, ou a operação inversa). E por aí fora até aos 9 anos.

Que necessidade têm estas crianças de um computador? Será que lhe vão dar o devido uso? Não deveria ser aposta do governo adequar os programas educativos deste nível de escolaridade, tornar estas crianças mais capazes quando terminam a escola primária? Não há, neste momento, investimentos mais importantes para se fazerem a nível nacional? Lanço aqui algumas questões que julgo serem pertinentes e aguardo as vossas respostas bem como outras questões que considerem também relevantes.

É com enorme prazer que aceitei este desafio do cenourinha que me convidou a escrever este artigo no seu blog, o WebTuga! Obrigado.

lfspaulo
Autor: lfspaulo
Blog Pessoal: Há cenas lixadas!
Sobre: Luís Paulo é um leitor e comentador assíduo do WebTuga e o primeiro a aceitar escrever um guest-post no WebTuga. Esperemos que este seja o primeiro de muitos guest-posts.

44 COMENTÁRIOS

  1. Ora aqui está uma questao que da (pouco) pano para mangas… eu falo por mim, eu tive computador logo no 1º ou 2º ano e para a escola nao ajuda em nada… uma pessoa tem e que treinar a escrita, fala e “ginástica” mental. Nem no 5º dava aquele jeito… so senti a verdadeira necessidade la para o 8º/9º e usei qq coisa para trabalhos no 7º. E verdade que hoje me dia estamos num país cada vez mais tecnológico e que ha que desenvolver esta area na “cauda da europa” mas para que quer um cachopo um portatil!? entao aqueles que tem a mania que sao maus estragam-no em 2 dias… isto parece um plano do socrates para chamar a atençao dos mais novos do estilo “ai sim sim! ele lembra-se da malta nova! é muito bom o Sr. Socrates!!”

    Enfim.. a ver vamos..

    Ultimo post no blog do Miguel Ribeiro: Bééééééééééé

  2. Bem, de certeza que vai facilitar-lhes a vida imenso: com corrector automático no Word para não precisarem de aprender as regras básicas de ortografia e gramática e ainda com calculadora para não ter de puxar pela cabeça e realizar aquelas complicadíssimas contas de somar e subtrair.
    Mas, lá está, o Magalhães tem de servir para alguma coisa.

  3. @Miguel Ribeiro

    Eu sou da tua opinião, o shôr José está a aproveitar-se da ignorância dos mais pequenos, para ganhar “futuros votos”.

    No entanto, e falando em relação ao Magalhães, os 2GBs ou 4GBs disponíveis no computador, pouco mais chegam para instalar o Windows…

    Uma iniciativa destas falha ao ter acordos com empresas de venda de software comercial, quando muito dinheiro poderia ser poupado ( para não falar nas dores de cabeça dos putos a tentar resolver os bugs do windows ), quando este poderia ser substituído por soluções gratuitas como Linux que tendem a estar cada vez mais acessíveis e user-friendly.

  4. Antes de mais queria contextualizar: sou adepto da tecnologia e professor do 1º Ciclo.

    Nem tudo o que o lfspaulo disse é o mais acertado.
    Apesar de os alunos não saberem ler nem escrever no 1º ano (alguns já sabem), o computador é uma ferramenta importantíssima.
    O computador não serve só para processar texto e navegar na internet.
    Existem milhares de jogos e actividades que desenvolvem uma série de competências que mais tarde ajudarão em futuras aprendizagens, e isto só a pensar no 1º ano. Nos restantes anos é muito fácil ver a sua utilidade.

    No meu agrupamento usamos os computadores como ferramentas educativas desde o jardim de infância. Os alunos do 4º ano, quando passam para o 2º ciclo (5º e 6º anos) já sabem usar o word, excel e ferramentas de desenho como o Tuxpaint. Além disso têm endereços de correio electrónico e sabem usá-lo.

    O maior desafio no 1º Ciclo (e nos outros também) é que todos os miúdos tenham acesso a um computador para poderem aplicar os seus conhecimentos e aprender mais fora da sala. É por isso que, mesmo não suportando o “Sócas”, acho que esta é uma boa iniciativa.

    Queria acrescentar que os computadores serão “vendidos” de acordo com os escalões dos alunos: Escalão A – 0€; Escalão B – 20€; sem Escalão – 50€.

    Para mais informações podem consultar o sítio do projecto: http://www.portatilmagalhaes.com ou o meu blogue.

    Ultimo post no blog do pedro: Mais informações sobre o Magalhães

  5. Não sou professor do 1º ciclo mas conheço o mundo de muito perto mesmo. Existem realmente lacunas no texto, nota-se uma pequena falta de contextualização, sobretudo nessa parte do não saber ler nem escrever. Alguns já sabem sim, como disse o Pedro e muito bem o computador é uma ferramenta que através de jogos didáticos, por exemplo, proporciona aos alunos mais novos competências que seriam mais dificilmente exercitadas de outra forma, o caso da “ginástica mental” é bastante notório, quanto a isso está errado Miguel Valente. O que pode haver é uma má utilização desta ferramenta, que até um adulto faz. Foi o que disseram Tiago e Miguel Valente, a calculadora e o corrector automático do Word irão, sem sombra de dúvida, prejudicar imenso as aprendizagens.
    Concluo então que o computador pode ser uma ferramenta espetacular para os alunos do 1º ciclo, mas ao contrário do que defende o Pedro não são os alunos que têm que ter o computador mas as escolas. A tecnologia é importante mas andamos a sobrevalorizar o computador, a maior parte dos utilizadores centra-se na máquina e não na ferramenta (http://www.actualidade.net/a-mquina.php), não vamos então pôr o carro à frente dos bois e dar para as mãos de uma criança um computador que irá desviar a sua atenção (mesmo que pouca) dos estudos, para além de ser prejudicial à sua se esta passar muitas horas à frente do mesmo.
    É certo, e todos temos reparado, que é um dos elementos de campanha deste governo o investimeno de milhões em tecnologia, investimento disparatado diga-se, sobretudo para um país que atravessa uma crise económica (http://www.actualidade.net/48-milhes.php).

  6. Ainda acho que só os universitários e alunos de alguns cursos do secundário é que precisam de um computador portátil.
    Acho também que um computador nas mãos de uma criança do primeiro ciclo faz mais mal que bem, é uma idade muito nova para ter uma ligação tão poderosa ao mundo, mas nem é isso que me chateia pois ainda cabe aos país vigiarem as crianças.
    O pior é que os universitários, aqueles para quem um portátil é praticamente obrigatório, não têm nada destas facilidades.
    Veja lá isso, oh Sócrates!

  7. Eu acho um erro o portátil Magalhães trazer o Windows, para estas idades seria mais útil trazer uma distro Linux com jogos de aprendizagem, tal como o OLPC. O portátil certamente virá apenas com o XP e o resto cada um que arranje ou com sorte o professor depois instala jogos de aprendizagem(pirata) nos vossos computadores. Na minha modesta opinião não passa de propaganda politica sem um estudo de viabilidade para alunos do 1º ciclo.

    Deixo outras questões:

    – Não seria mais viável comprarem computadores para as escolas do 1º ciclo, pois a maioria delas se tiver mais de 5 computadores(e a funcionar) é um luxo.
    – As crianças levam os computadores para casa e voltam a trazer para a escola? Pois os computadores deviam ter jogos e ser acompanhas pelos professores, senão de pouco servem…
    – Quantos dos computadores entregues irão ser úteis para a aprendizagem da criança?

    Claro que entregar portáteis toda a gente vê, faz parte da propaganda, enquanto que comprar mais computadores para as escolas do 1º ciclo, equipar com Internet e ter um técnico a resolver os problemas que sucedem com o Windows fica mais caro e não é tão mediático.

    Quanto aos alunos do 7º, 8º, etc, terem portáteis acho muito bem, nestes anos essencialmente a Internet pode ser uma grande ajuda para trabalhos, …

  8. Penso que essencial aqui, mais do que se o computador trará windows ou linux, o que é bastante irrelevante, e que responde à questão da utilidade ou não de um portátil para tão jovens crianças, é se de facto foram neste curto espaço de tempo preparados conteúdos didácticos para acompanhar de raiz o computador (lembro que o projecto é já para o próximo ano lectivo que aí vem).

    Se não foram preparados nenhuns jogos didácticos próprios para cada ano de escolaridade, nem em grande variedade para não fartar tão activas crianças, este projecto será tão útil como uma distribuição de pilhas gastas, ou seja, é até potencialmente danoso.

    Ultimo post no blog do Miguel Pais: How the Web users have become lazy

  9. Se calhar expressei-me mal. O que eu queria dizer era precisamente o que disse, e muito bem, o Rui Manuel Martins. O que para mim é descabido é precisamente um aluno dessa faixa etária ter direito ao computador. Leva-o para casa e que uso lhe dará? O uso que não é suposto dar, pois não haverá de certeza absoluta controlo por parte dos pais, o que levará a que se calhar não tenha sido uma acção tão boa quanto isso. Apesar de ter licenciatura e mestrado em engenharia informática, fui animador sócio-cultural durante 5 anos com crianças precisamente desta faixa etária e sou neste momento formador, portanto não escrevi o artigo numa de ser mais um artigo. Peço desculpa se me exprimi mal.

    cumps,
    lfspaulo (Há cenas lixadas!)

    Ultimo post no blog do lfspaulo: Barreira dos 1000 visitantes ultrapassada!

  10. Concordo com o colega Pedro. Existem actividades interactivas muito positivas para a aprendizagem de línguas e ciências, melhores que cartões e escritas no quadro.
    Para além destas actividades, a introdução do computador no 1ºciclo potencializa o uso desta ferramenta no futuro, desenvolvendo competências digitais que serão fundamentais para as profissões emergentes.
    Duvido que qualquer professora do 1ºciclo deixará de desenvolver, com os alunos, práticas de escrita e memorização.
    Julgo que este projecto é louvável, mas deve ser acompanhado com uma análise construtiva sobre a efectividade do uso dos computadores no ensino básico.

    Não é ao colocar um Pc à frente de uma pessoa que ela começa aprender automaticamente! São necessários estratégias de aprendizagem, bons recursos educativos, acompanhamento e o estímulo à criatividade. Os pc’s são boas ferramentas nas mãos de alunos acompanhados por BONS professores.

    Uma pequena nota: é pena pessoas não ligadas à educação aproveitem estas notícias para criticarem tudo e todos. Sejam mais analíticas e poderão sentir que no nosso país nem tudo é negativo e existem ideias que poderão ajudar o nosso país a evoluir. Ou preferem que se mantenha a taxa de 40% de abandono escolar?

  11. quando andei na primaria nao precisei de computador, mas tive, e isso ajudou a que eu seja viciado, passo cada minuto que possa em frente a um computador, e sempre que faço um calculo nao uso a cabeça, ter um computador com essa idade é simplesmente uma das pior coisas que se pode dar aos filhos, vai abrir mais rapidamente a porta para a pirataria, pornografia etc,tou a ver metade dos putos a jogar a bola com o computador, depois o que vai acontecer vai ser maior parte da turma tem um e alguns nao têm como vai ser isso? vao uns ficar a olhar para o ecra a jogar joguinhos didácticos e os outros a desenhar numa folha?
    sem ofensa a ninguem mas as geraçoes estao cada vez mais a ficar ”menos inteligentes” e a que usar portateis na primaria vai ser a pior.
    ainda me lembro de termos so no 4 ano um computador e havia uma fila enorme pra jogar um joguito de golf, ou uma roda a volta da professora a ver-la a jogar freecell 🙂

    a onde isto para

  12. Acho muito bem …uma questão de igualdade de oportunidades e não só os filhinhos dos riquinhos que tenha contacto com pc´s…
    As crianças são muito curiosas…

  13. @xmac a verdade é que ao aderir a este tipo de programas… os paizinhos de certeza que vão ser obrigados a pagar a Internet medíocre de uma das operadoras móveis…

  14. @cenourinha
    permite-me discordar de ti.
    De acordo com as indicações “mais ou menos oficiais” o Magalhães não vai estar sujeito a nenhuma mensalidade nem a nenhum a acesso à internet.
    Para aceder à net, os alunos terão a escola ou a ligação de casa (se já tiverem).

    Ultimo post no blog do pedro: Não sabem onde fica?

  15. @ cenourinha
    Nisso Barcelos foi um concelho inovador.
    As redes estão protegidas para o exterior, mas abertas dentro da escola.

    O Ministério da Educação vai colocar, até ao final do 1º período, 100% das salas do 2º, 3º ciclos e secundário com acesso à Internet por FIBRA ÓPTICA. As escolas do 1º ciclo que partilham o edifício com o 2º ciclo (EBI’s) devem ter sorte e também vão entrar no pacote de actualizações. As outras estão dependentes das Câmaras Municipais, mas ando a ver que elas também se estão a mexer…

    @xicofixas
    Na escola onde trabalho a rede wireless estava fechada para os professores pois os alunos não tinham portáteis próprios, mas agora com o e-escolas até ao 9º ano e o e-escolinhas não faz sentido isso. Claro que vamos ter de arranjar soluções para os “abusadores” que trazem os computadores para a escola para “situações menos legais”.

    Ultimo post no blog do pedro: Não sabem onde fica?

  16. ja agora era as escolas primarias terem hot spots para os alunos, se isso acontecer fujo do país

  17. ok 90% das escolas do país têm, mas para os alunos nem todas, por exemplo na minha ha, mas deixaram de deixar os alunos usala (sem motivo), agora porem net nas escolas primarias para os alunos axo que nao preciso de dizer mais nada

  18. Por acaso gostaria de saber quem irá subsidiar os equipamentos do e-escolinhas… mesmo no blog indicado a única referência que se faz a isto é:

    “o contrário do programa e.escola para o secundário, tudo indica que a aquisição do Portátil Magalhães não obriga à contratação de um serviço de internet móvel de banda larga a um dos operadores parceiros do programa, como a Optimus, a TMN ou a Vodafone”

    O “tudo indica”, e a existência dos três operadoras de telecoms como parceiros envolvidos , e ainda a palavra do e-escolas… são incompatíveis nesta frase…Além disso como assegurar a conectividade destes equipamentos “todos” numa sala de aula quando não há infraestrutura dedicada? só mesmo via um acesso wireless… e não estou a ver o governo com vontade de investir mais em conectividade e equipamentos de rede que dão muito trabalho a gerir…

    Quando muito o equipamento estará também disponível para aquisição sem as assinaturas mensais, mas com um preço bem diferente dos 0€

    Já agora… quem é que vai proteger estes miúdos quando muitos tiverem uma coisa destas, certamente mais apetecível que um vulgar telemóvel… e que hoje já dá trabalho aos nossos agentes de autoridade!

  19. Antes de se praticamente oferecerem portáteis, era mais lógico e necessário melhorar *realmente* o sistema de ensino – e isso incluí tudo: professores, programas, escolas, material didáctico existente, funcionários, etc. Só depois disto é que deviam apostar num programa tipo e-escolinhas, mas sem aparentes compadrios.

  20. Concordo com o que o Pedro disse. É claro que melhores ferramentas são sempre boas para a aprendizagem de qualquer criança. É preciso os pais terem algum controlo, sim, sobre o uso que um miúdo vai dar ao seu portátil, mas parece-me a mesma coisa que não o deixarem sair da mesa antes de todos terminarem de comer. É um dogma para um miúdo de 6 anos.

    Sempre achei ridículo ver o que surge de novo com uma desconfiança exacerbada.

    Já agora, lfspaulo, eu vejo centenas de coisas que um miúdo de 6 anos pode fazer com um portátil, todas elas importantes para a sua educação.

    Só uma nota; parece que está na moda gozar com o Sócrates… (?)

  21. Ulisses Costa, eu vejo centenas de coisas que um miudo de 6 anos pode fazer com um portátil e que não lhe são destinadas, que lhe poderão dificultar/atrasar o desenvolvimento/aprendizagem!!!

    E não é moda gozar com o Sócrates, mas temos de olhar para as suas atitudes com olhos críticos, coisa que os portugueses não fazem. Nunca assisti a um primeiro-ministro tão mau como ele, nem o Santana Lopes quando lá esteve, mas tenho quase a certeza que da forma como o povo português é tão tapadinho ainda vão votar nele nas próximas legislativas.

    Sejam críticos e não aceitem tudo o que vos dizem ou que vos dão, pois o típico português é assim, infelizmente. Nunca haveremos de avançar se neste “paizeco” continuarmos com essa mentalidade!

    cumps,
    lfspaulo (Há cenas lixadas!)

    Ultimo post no blog do lfspaulo: Jogos de hoje e de antigamente: Jogo do Berlinde

  22. @lfspaulo, eu quando vejo uma faca não imagino o sofrimento de um possível acidente, mas uma ferramenta que me ajuda a cortar legumes.

    A nota do Sócrates era só isso, uma nota…
    Sou português e não falo do “povo português” de fora, porque não me sinto frustrado de o ser. Como se estivesse excluído à partida.

    Pareces ser daqueles que dá valor ao: “o senhor engenheiro amaricano disse que nós éramos bons” – que fica todo contente quando um estrangeiro nos visita e vê que fazemos melhor que eles. Só aí é que o português é bom!

    Mas se não gostas de Portugal, tens bom remédio, o acordo de Schengen existe desde 1992.

    Porreiro pá!

  23. Gostaria de dar apenas umas achegas para a discussão. Sou professor do 1º Ciclo e uso frequentemente as novas tecnologias na sala de aula, por isso, parece-me que a minha opinião também pode ser útil:
    1 – A maior parte das crianças, hoje em dia, tem acesso a um computador e, dessas, uma parte considerável com internet;
    2 – As crianças que não se incluem nesse número são, de uma forma geral, provenientes de meios socio-económicos desfavorecidos – atenção, mesmo muitas crianças de famílias carenciadas têm acesso a computadores;
    3 – O que acontece é que não são computadores destas crianças, com programas para elas, e que elas possam trazer para a escola – o que geralmente acontece é que as crianças utilizam o computador com programas para adultos (office, um navegador para a internet, o messenger, e jogos que, na maioria dos casos, não são educativos), logo, não são correctamente aproveitados;
    4 – Como professor, comento frequentemente a falta que sinto de uma sala de informática na escola com um computador por aluno. No entanto, há falta de salas e falta de computadores. Este projecto viabiliza que cada aluno tenha o seu próprio computador em cima da secretária em alguns momentos geridos pelo professor e, ao mesmo tempo, permite que os alunos dêem continuidade em casa ao trabalho começado na aula, acedam a sites sugeridos pelo professor, etc. Inclusivamente, se q

  24. (continuação)
    Inclusivamente, se quiser disponibilizar trabalhos na Internet através de uma plataforma de e-learning, se quiser orientar pesquisas, etc, torna-se mais fácil porque parto do pressuposto de que todos os alunos têm possibilidade de participar nas actividades, já que todos terão computador com ligação à internet.

    As potencialidades do projecto são imensas e, mesmo não sendo grande apreciador das maioria das medidas e posições tomadas por este governo, não posso deixar de saudar o que julgo ser um passo em frente na tecnologia e na educação.

    Medos em relação ao projecto:
    1 – De que forma as famílias vão lidar com a situação? Vão encarar o computador como uma ferramenta de estudo da criança e não um brinquedo do agregado familiar? Vão garantir que ele venha para a escola nos dias certos? Vão acompanhar o trabalho dos alunos com esta nova ferramenta ou vão demitir-se ou negligenciar essa responsabilidade?
    2 – Será que as escolas, e os professores em parrticular vão aproveitar esta oportunidade? (Estou convencido que, pelo menos a maioria estará sensibilizada para isso, mas em relação à preparação dos professores do 1º Ciclo? Estarão todos os Coordenadores TIC dos agrupamentos interessados em dinamizar o 1º Ciclo neste sentido?
    3 – Por quanto tempo é que o Estado promoverá esta iniciativa? O ideal seria que a certa altura todos os alunos pudessem ter um computador sem necessitarem deste apoio importante, mas sabemos que ainda temos e continuaremos a ter muitas famílias carenciadas a enviar os seus filhos para a escola, e aqueles que não são carenciados pagam cada vez mais pelos seus materiais escolares e manuais sem terem direito a subsídio. Se o Estado não promover esta iniciativa, as famílias poderão muito bem fazer as suas contas e não avançar nesse sentido.

  25. Não é “e-escola” é “e-um-roubo”!!! Agora já não mas já foi agora manda uns pc’s potentes… para que e que eu fui pedir logo pedia so agora! Ate já teêm placa g´rafica dedicada melhor que do meu pc fixo

  26. fogo nunca mais consigo o computador magalhaes como e que se inscreve se?
    va la!!!!!!!!
    fogo estou dejantes de ter o computador!!!!!!!!!!!!!!!!!

  27. Que necessidade teve Magalhães de se fazer ao mar?
    Que necessidade teve o homem de ir á lua?
    Que necessidade tivemos de evoluir?

  28. Boa tarde, falo como mãe de 3 filhas e adepta das novas tecnologias.
    Concordo em pleno com o que aqui foi dito pelos professores do 1º ciclo. Existem inúmeros jogos didácticos que as nossas crianças podem jogar num computador que vão estimular e desenvolver as competências exigidas para estas idades. Não é só da forma, digamos tradicional/antiga, que se pode apreender, os pc’s vem permitir uma aprendizagem muito mais atractiva.
    Agora é necessário é que os nossos professores estejam preparados para trabalhar com esta ferramenta, que saibam transmitir as crianças a sua utilidade e como o deverão utilizar.
    Por experiência própria, afirmo que esta é uma ferramenta muito útil. As minhas filhas tem 10, 6 e 3 anos, e todas elas sabem lidar com os computadores. Em relação à mais pequena, 3 anos, o computador, com os jogos educativos existentes, ajudo-a conhecer bem as cores (numa primeira fase), as formas, os objectos do dia-a-dia, a identificar determinados objectos, pessoas ou animais no seu espaço, etc. Faz com muita facilidade puzzles e determinados jogos também lhe estimula a memorização/observação.
    A do meio, também lida muito bem com o pc mesmo não sabendo ler, dado que as actividades tem as indicações por voz.
    A mais velha, 10 anos, agora no 5º ano, já desde, talvez o 2º ou 3ª ano que a professora pedia para fazerem pesquisas na Internet sobre determinados temas que estavam a trabalhar na aula para depois fazerem cartazes, debaterem o tema e realizar trabalhos de grupo.
    Relembro também que se pode vedar o acesso na Internet aos sites que as nossas crianças não devem consultar – Segurança na Internet.

  29. Cara Ana, em relação ao que me diz, pense em alguns factores:

    Em relação à sua filha de 3 anos, porque não fazer todas essas actividades com papel, colagens, recortes?

    Não seria mais benéfico que expô-la a algo que só lhe trará sedentarismo e que o facto de realizar essas actividades ao computador lhe tira oportunidade para aprender a lidar com muitas outras ferramentas, objectos, etc? Em relação à de 10 anos que faz pesquisas na internet desde o 2º ou 3º anos, que tal levá-la a uma biblioteca, a contactar com livros? Deveria ser o papel do professor incentivá-la a isso e o seu papel, como mãe.

    Em relação à segurança na internet que fala, não é tão trivial quanto isso…

    Para quê encher as crianças de tecnologia? Elas terão o seu tempo para ficarem rodeadas dela, que se fartarão! Tenho formação em Engenharia Informática, e exerço profissionalmente a área e acredite, expôr as crianças a este tipo de vida, a este nível de vida de terem tudo ao alcance de um clique, pois nem da cama precisam de sair não é o melhor futuro, ou a melhor preparação que se pode dar a uma criança. Não deixo o meu filho estar ao computador, e enquanto trabalho em casa não permito que visualize aquilo que faço. O melhor que lhe posso fazer é dizer-lhe “vai jogar à bola” ou “vai fazer fisgas e brincar com os teus amigos” e olhe que ele só tem 6 anos! Os pais e professores de hoje em dia o que querem? Os professores querem que os alunos comecem a ter falta de originalidade pois pesquisas de um determinado assunto na internet, feitas por crianças basicamente resultam em trabalhos quase todos iguais. Para os pais, dar um computador, internet, tv e consola ao filho de 4, 5 ou 6 anos é um alívio porque assim já não chateia.

    Os computadores e a internet são muito bons, sem eles não teríamos o avanço e a facilidade com que se vive hoje em dia, mas não entreguemos estas “coisas” às crianças. Não existe a noção, pela maior parte das pessoas, da destruição das novas gerações que se está a fazer. Não é mais saudável, mais produtivo os miúdos sentarem-se no jardim com uma cartolina, com uma enciclopédia, com revistas, com cola, com marcadores (e uma bola de futebol) ao invés de estarem numa mesa com um computador, um modem com ligação à internet, uma impressora e uma resma de folhas?

    Bom senso, reflexão e acima de tudo preocupação para com o futuro não deveria faltar nas cabeças dos pais e dos professores (que deveriam incentivar correctamente).

    No meu tempo não se aprendia com computadores nem internet, nem consolas. No entanto, fui menos feliz? Aprendi menos? Senti-me menos amado? Senti-me menos importante? Pensem bem nestas palavras e para onde caminha a nossa sociedade. Cabe a nós, pais, educar. E cabe a vós, professores, ajudar a educar!

    Cumprimentos,
    lfspaulo (Há cenas lixadas!)

    Ultimo post no blog do lfspaulo: A geração Y

  30. Caro lfspaulo,
    Relativamente à minha filha de 3 anos, ela faz actividades com papel, colagens e recortes, na escola e com a mãe, e também joga jogos educativos tradicionais.
    Para além disso, todas elas tem actividades ao ar livre e desporto, como a patinagem, a dança, a ginástica e a natação. Elas não serão de certeza crianças sedentárias, nem pouco mais ou menos.
    Elas tem é a oportunidade de a par de todas as actividades que sempre se fez e sempre se há-de fazer, a possibilidade de lidar com as novas tecnologias.
    Porquê não lhes facilitar a vida em certas ocasiões, como sugere a ida às bibliotecas, quando ela consegue o mesmo tipo de informação estando em casa?! Como deve saber, o ritmo de vida que hoje em dia se leva, tirando alguns casos, não permite acompanhar os filhos à biblioteca….. quando as mesmas muitas vezes não existem ou tem horários incompatíveis com os horários laborais que se praticam.
    Elas tem computador, internet, tv e consola, mas não deixam de brincar com as bonecas, com os jogos, com os pais e ir ao parque, há que ter bom senso, e existe tempo para tudo. Posso até lhe dizer mais, elas passam pouquíssimo tempo á frente das novas tecnologias…..ás vezes até estão semanas sem as utilizar.
    Quando precisam, ou lhes apetece elas tem lá, não é a não lhes dar a oportunidade de as usar que lhes estamos a ensinar a utiliza-las, bem pelo contrário, não é a proibir que se educa.
    Mas pronto, são pontos de vista diferentes, e respeito a sua maneira de pensar.

  31. É uma boa iniciativa, tenho dois filhos no 1º ciclo e para quem não sabe os miudos sabem lêr e escrever correctamente já no 2º ano e já devem ter aprendido a estimar o que lhe oferecem. Iniciar aprendizagem nesta área será benéfico.

  32. parece tao facil as nossas criancas terem o magalhaes mas nao é… ainda nao chegou nenhuma informacao á escola do meu filho nem as professoras sabem nada… ó socrates só os que aparecem na tv é que teêm direito??? em Portugal é assim.. e quem quiser e mais importante PUDER vá á Fnac comprar por 280euros…

  33. so existe uma questão que me ocorre nao obstante ja ter sido focada antes pelo pedro: sera que os valores apresentados ficam mesmo por ai ou existira algum subterrefugio para nos vir a obrigar a pagar acesso de alguma forma? ponho esta questão pelo facto de ter recebido hoje uma folha denominada ‘termo de responsabilidade’ na qual o acesso a internet nao vem identificado directamente como facultativo mas sim com um hifen que nos remete as tao conhecidas e temidas ‘letras miudinhas’. tenho que reconhecer que me custa nao enveredar pelo actual caminho tecnologico e ver os meus filhos sem as ferramentas para seguirem o passo dos colegas mas tenho tambem que reconhecer que tendo eles acesso em casa a computador e internet faria mais falta a existencia da mesma infra-estrutura na escola. a portabilidade é realmente uma benesse e uma maldição! nao gostaria de saber que o meu filho ou a minha filha foram sujeitos a maus-tratos apenas por causa de levarem na mochila o bendito aparelho. pese embora a compreensao por todos os pontos de vista aqui expostos ainda me ficam muitas duvidas e talvez a maior de todas seja a segurança dos meus!!!

  34. esse “termo de responsabilidade” é mais um passo burocrático na “inscrição”.
    Agora que os professores fazem a inscrição, precisam de ter a autorização dos pais para realizarem a introdução de dados. E nem imaginam a confusão que vai lá dentro!!! Campos a pedir dados a que os professores não têm acesso, informação incompleta (actualmente apenas os pais que não quiseram internet ou os que escolheram o acesso à internet pela TMN é que têm a sua inscrição validada)…

    Já tive de mandar um papelito com os tarifários para casa para os pais escolherem. Não sou eu que vou optar…

  35. isto de e-escolinhas e mais uma tentaviva do sr.engenheiro de domingo para ganhar mais votos.o magalhaes ainda so chegou a alguns,mas quando as eleiçoes estiverem a porta vai chegar a todos a pressa.

  36. Calma: na escola dos meus so um punhado de crianças é k n tem ainda o magalhaes e tenho pena de so agora estarem a criar as infraestruturas wireless para a plena utilização dos mesmos. note-se que os meus dois filhos ja tinham o computador em novembro. pressa??? não sei, mas pressa tinham os professores em lhes entregarem equipamento compativel e funcional para nao terem de andar de carteira em carteira para saber se os alunos estao ou nao a corresponder ao solicitado. pressa tem os professores em terem condições de trabalho capazes para poderem ensinar os alunos ao inves de andarem a colmatar falhas do ministerio da educacao. pressa tem este pais de sair da cauda do pelotão e ultrapassar a crise. quando os meus filhos tiverem idade de votar, ja o sr socrates esta com uma choruda reforma a gozar ferias nalgum paraiso idilico, enquanto o resto dos tugas continuam a bater com a cabeça na parede para saber como e que vao dar de comer aos filhos. votem em quem quiserem, nao vai fazer a minima diferença. nao vai ser o magalhaes nas maos das nossas crianças que as vai levar á perdição. qualquer arma, por mais poderosa que seja, tem de ser manejada com sabedoria e destreza e se para isso os meus tiverem de começar desde já, que seja, pois eu perdi uma belissima oportunidade já á uns anos por nao ter conhecimentos de informática. passar bom

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